quarta-feira



A guerra do coltan! 

Exploração dos minérios não beneficia a população local. 

O território da actual República Democrática do Congo já foi propriedade particular do rei belga Leopoldo II, que impetrou um dos mais cruéis regimes de colonização do imperialismo. Os belgas denominavam o Congo de "escândalo geológico" tal a quantidade e diversidade dos recursos minerais encontrados naquele território, que durante décadas serviu para enriquecer o rei e seu país. 

Ainda hoje, em Bruxelas, capital da Bélgica, vemos traços desta riqueza nas diversas construções suntuosas de fins do século XIX e primeiras décadas do XX. Durante nossa visita a Bruxelas, descobrimos que as novas gerações só agora começam a conhecer e discutir o colonialismo de Leopoldo II no Congo. 

A equipe do Nova África esteve no Leste da RDC, uma região extremamente rica. Nossa repórter, Aline Midlej, visitou as minas de ouro e coltan - um minério essencial na fabricação dos celulares - e observou que, no entorno de Masisi, a exploração dos minérios não beneficia a população local. 

O antropólogo congolês Kabengele Munanga - radicado no Brasil -, um de nossos entrevistados, afirma que estrangeiros, empresas estrangeiras, aventureiros, todos ganham com a exploração do Congo, menos os congoleses. A disputa por essas riquezas é um dos principais motivos de uma guerra civil que assola o país por mais de uma década. 

Mesmo assim, os congoleses driblam inúmeras dificuldades com muito trabalho e engenhosidade. Eles fabricam uma cerveja artesanal feita de banana, responsável por grande parte da renda das famílias dessa região. Os congoleses também inventaram uma bicicleta de madeira bastante adequada para as estradas de terra: o chukudu.


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